As criptomoedas surgiram no início do século 21, em meio às incertezas econômicas da crise financeira de 2008.
Inicialmente, enfrentaram ceticismo e críticas, sendo muitas vezes associadas a esquemas de pirâmide ou ferramentas de lavagem de dinheiro.
No entanto, com o tempo, essas percepções mudaram, e as criptomoedas ganharam espaço tanto em carteiras de investidores quanto em mesas de discussão entre reguladores e governos.
Hoje, elas se consolidaram como uma revolução financeira e tecnológica. Neste guia, você vai entender o que são criptomoedas, como funcionam, quais são as principais do mercado, como investir nelas e os motivos de sua crescente popularidade.
O que são Criptomoedas?
Criptomoedas são moedas digitais que permitem transferências diretas de valores entre pessoas, sem a intermediação de bancos ou outras instituições financeiras.
Essa definição foi introduzida por Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, no whitepaper publicado em 2008.
Diferentemente das moedas fiduciárias emitidas por governos, as criptomoedas são descentralizadas, funcionando em sistemas chamados de blockchain e protegidas por criptografia.
O que é Blockchain?
A blockchain é um sistema que registra todas as transações de criptomoedas. Pense nela como um livro contábil público digital, onde cada movimentação é registrada de forma transparente e imutável.
Por exemplo, se Maria no Brasil envia um Bitcoin para João no Canadá, essa transação é registrada na blockchain.
Apesar de ser um sistema acessível ao público, apenas os proprietários das chaves de acesso podem movimentar as criptomoedas armazenadas nos “blocos”.
Os mineradores, que são supercomputadores espalhados pelo mundo, validam essas transações. Como recompensa por esse trabalho, eles recebem novas unidades de criptomoedas, em um processo chamado mineração.
Para Que Servem as Criptomoedas?
Inicialmente, as criptomoedas foram idealizadas como um meio de pagamento direto. Hoje, elas também são utilizadas como ativos financeiros de risco e elementos de diversificação de portfólios.
Uma pesquisa de 2023 da EY-Parthenon mostrou que 93% das instituições financeiras acreditam no valor de longo prazo das criptomoedas, enquanto 35% já alocaram entre 1% e 5% de seus recursos nesses ativos.
No varejo, segundo dados da Anbima, 4% dos brasileiros investiram em criptomoedas em 2023, um aumento em relação ao ano anterior.
Tipos de Criptomoedas
Criptomoedas podem ser classificadas em três categorias principais:
- Criptomoedas (Payment Tokens): Servem como meio de troca e reserva de valor, como o Bitcoin.
- Utility Tokens: Proporcionam acesso a produtos ou serviços específicos, como os fan tokens de clubes de futebol.
- Tokens Referenciados (Stablecoins): Pareados em ativos como o dólar ou ouro, como o Tether (USDT).
Principais Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): A pioneira e mais valiosa criptomoeda, criada em 2008.
- Ethereum (ETH): Introduziu contratos inteligentes e permite o desenvolvimento de aplicações descentralizadas.
- Tether (USDT): Uma stablecoin pareada com o dólar americano.
- BNB Chain (BNB): Token da Binance, a maior exchange de criptomoedas.
- Solana (SOL): Destaca-se pela rapidez nas transações e baixo custo.
- Dogecoin (DOGE): Criada como uma piada, tornou-se popular entre investidores.
Como Investir em Criptomoedas?
- Exchanges: Plataformas semelhantes a corretoras de valores, onde é possível comprar e vender criptomoedas. Elas cobram taxas para negociações, mas oferecem segurança e facilidade de uso.
- ETFs: Fundos negociados em bolsa que replicam o desempenho de criptomoedas. Disponíveis na B3 e outras bolsas internacionais.
- P2P: Compra direta entre pessoas, sem intermediários. É uma opção mais barata, mas requer cautela devido aos riscos envolvidos.
É Seguro Investir em Criptomoedas?
Embora sejam atrativas, as criptomoedas são altamente voláteis e podem ser alvos de golpes. Estudos mostram que metade dos tokens criados nos últimos anos desapareceram, seja por fraudes ou concorrência.
Por isso, é essencial pesquisar bem antes de investir, diversificar a carteira e investir apenas o que estiver disposto a perder.
O Que Impacta o Preço das Criptomoedas?
- Oferta e Demanda: A disponibilidade de criptomoedas no mercado.
- Halving: Redução periódica na emissão de novas unidades de Bitcoin, tornando-o mais escasso.
- Notícias e Regulamentação: Desenvolvimentos tecnológicos, regulamentações e eventos políticos podem influenciar diretamente os preços.
Popularidade das Criptomoedas
Criptomoedas como o Bitcoin têm conquistado espaço no cenário global. El Salvador, por exemplo, adotou o Bitcoin como moeda oficial em 2021.
Empresas como a BlackRock também criaram produtos financeiros baseados em criptomoedas, ampliando sua aceitação entre investidores institucionais e varejistas.
Regulamentação das Criptomoedas
No Brasil, o Marco Legal das Criptomoedas (Lei 14.478/22) regula o setor, com o Banco Central e a CVM desempenhando papéis cruciais no controle e supervisão dos ativos digitais.