O mercado de renda variável oferece diversas possibilidades de ganhos, mesmo em cenários de desvalorização de ativos.
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O aluguel de ações é uma dessas estratégias, permitindo que tanto o proprietário das ações quanto quem as utiliza temporariamente possam lucrar com a operação.
Por outro lado, essa prática envolve riscos que precisam ser compreendidos para evitar prejuízos. A seguir, explicamos o que é o aluguel de ações, como ele funciona e como cada parte envolvida pode obter vantagens.
O que é Aluguel de Ações?
O aluguel de ações é uma operação na qual um investidor, chamado de doador, disponibiliza seus ativos para que outro investidor, o tomador, os utilize por um período determinado, pagando uma taxa em troca.
Essa estratégia é comum em mercados maduros e permite ganhos em situações específicas, como a queda no preço das ações.
Durante o período do contrato, o doador continua recebendo benefícios como dividendos, juros sobre capital próprio e bonificações das empresas emitentes.
No entanto, ele não pode vender os ativos enquanto estiverem alugados. O tomador, por sua vez, busca lucrar com a venda e recompra das ações, aproveitando possíveis oscilações de preço.
As partes envolvidas no Aluguel de Ações
1. Doador
O doador é o investidor que possui as ações e as disponibiliza para aluguel. Essa prática é ideal para quem planeja manter os ativos no longo prazo e deseja obter uma renda extra enquanto aguarda sua valorização.
Vantagens para o doador:
- Gera um rendimento adicional com a taxa paga pelo tomador.
- Não perde os benefícios associados às ações, como dividendos.
- Possibilidade de antecipar o término do contrato, caso deseje vender os papéis.
2. Tomador
O tomador é o investidor que aluga as ações por um prazo determinado. Ele paga uma taxa ao doador e utiliza os ativos com o objetivo de lucrar em curto prazo, geralmente com operações como venda a descoberto.
Fatores que influenciam o custo do aluguel para o tomador:
- Oferta e demanda do ativo no mercado.
- Expectativa de desvalorização da ação, o que aumenta a procura pelo aluguel.
Além das ações, também é possível alugar outros ativos, como ETFs (Exchange Traded Funds), BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e cotas de fundos imobiliários.
Como funciona o Aluguel de Ações?
No aluguel de ações, a dinâmica básica é a seguinte:
- O doador disponibiliza suas ações para aluguel por meio de uma corretora.
- O tomador aluga essas ações, paga uma taxa ao doador e as vende no mercado, acreditando que o preço cairá.
- Após a queda no valor das ações, o tomador as recompra por um preço menor, devolvendo-as ao doador.
- O lucro do tomador está na diferença entre o valor da venda e o custo da recompra, descontando a taxa de aluguel.
Regras para garantir segurança
Como o tomador é obrigado a devolver as ações, o mercado estabelece regras para assegurar que o doador não saia prejudicado. Entre elas estão:
- Garantias exigidas: O tomador deve disponibilizar ativos ou títulos como garantia, que podem ser liquidados em caso de inadimplência.
- Intermediação pela B3: A bolsa de valores brasileira garante que o doador receberá seus ativos de volta.
Como alugar suas ações?
Se você deseja disponibilizar suas ações para aluguel, siga estes passos básicos:
- Informe sua corretora: Notifique sua intenção de alugar os ativos e escolha quais ações e a quantidade que estarão disponíveis para a operação.
- Escolha o tipo de contrato: Decida se prefere taxas de mercado ou uma negociação personalizada com valores específicos.
- Acompanhe a operação: Após disponibilizar os ativos, o processo é conduzido pela corretora, que encontra tomadores interessados.
O doador pode optar pela custódia remunerada, uma modalidade automática em que a corretora gerencia o aluguel de ações de forma contínua.
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Como pegar ações emprestadas?
Para o tomador, o processo de aluguel envolve os seguintes passos:
- Definir a operação: Escolha os ativos, negocie as taxas e prazos e firme o contrato com a corretora.
- Vender as ações alugadas: Realize a venda no mercado enquanto o preço está elevado.
- Recomprar os ativos: Aguarde uma queda no preço e compre as ações de volta.
- Devolver ao doador: Retorne os papéis e pague a taxa de aluguel correspondente ao período.
Caso uma das partes deseje encerrar o contrato antecipadamente, a devolução pode ser feita mediante acordo prévio, desde que esteja prevista no contrato.
Tributação: Como declarar o Aluguel de Ações no Imposto de Renda?
Os ganhos obtidos no aluguel de ações devem ser declarados como “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”, na seção de Rendimentos de Aplicações Financeiras da declaração de Imposto de Renda.
Doador: O imposto é retido na fonte e segue a tabela regressiva da renda fixa:
- 22,5% para operações com menos de 6 meses.
- 15% para operações superiores a 2 anos.
- A corretora fornece o informe de rendimentos, facilitando a declaração.
Benefícios e riscos do Aluguel de Ações
Benefícios
- Para o doador: Gera renda passiva enquanto mantém os ativos.
- Para o tomador: Possibilidade de lucros rápidos com oscilações do mercado.
Riscos
- Para o tomador: Caso o preço da ação suba em vez de cair, ele será obrigado a recomprar os ativos a um valor mais alto, gerando prejuízo.
- Para o doador: Existe o risco de inadimplência, mitigado pelas garantias e regras da B3.